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PMDB nega compra de voto em Anápolis

PMDB nega compra de voto em Anápolis

Mirelle Irene

O PMDB refutou ontem a acusação de que pesquisadores do Instituto Verus estariam realizando compra de votos para o seu candidato ao governo de Goiás, Iris Rezende, em Anápolis. A Polícia Federal autuou em flagrante na noite de quarta-feira 15 suspeitos dessa prática. Conforme nota distribuída à imprensa, eles estavam participando de reunião com representantes do Instituto Verus de pesquisa, no auditório do Hotel Príncipe, onde estaria sendo feita uma simulação de pesquisa eleitoral.


Segundo as informações divulgadas pela PF, após críticas a um candidato ao governo de Goiás e elogios a outro, com o intuito de os eleitores ali presentes mudarem seus votos, era, ao final da reunião, distribuído um envelope com 50 reais para cada pessoa participante.

Segundo o delegado titular da delegacia da PF em Anápolis, Angelino Alves, o instituto e sua movimentação na cidade já estavam sendo monitorados pela Polícia Civil havia uma semana. Dos presos, nove são eleitores que receberam dinheiro e seis são representantes do instituto de pesquisa, entre eles, o diretor-geral da empresa, Luiz Felipe Gabriel. Foram aprendidos 60 formulários de pesquisa já preenchidos e grande quantidade ainda sem preencher. Também foi apreendido um notebook que era utilizado para passar vídeos dos candidatos ao governo, R$ 1.292,00 em dinheiro, além de vários outros objetos.

O delegado explicou que o crime de compra de votos se configurou no momento em que o instituto remunerou as pessoas que participavam da pesquisa, o que deveria ser feito voluntariamente. Portanto, os presos foram indiciados por esse crime, previsto no art. 299, da Lei nº 4.737/65 (Código Eleitoral), com pena de até cinco anos de reclusão. Os indiciados foram encaminhados na tarde de ontem ao presídio municipal de Anápolis, mas cinco deles foram liberados à noite.

O delegado Angelino Alves observa, no entanto, que não foi possível apurar, nos depoimentos e no material apreendido na ação, para qual candidato estava sendo realizada a compra de votos. “Isto ainda não está claro”, disse. A assessoria de comunicação do candidato Iris Rezende (PMDB), no entanto, confirma que o Verus estava contratado pela coligação do peemedebista para promover uma pesquisa qualitativa em Anápolis.


NEGATIVA

O PMDB, porém, nega que tenha autorizado qualquer prática eleitoral ilícita, em especial a compra de votos. “Não temos nada a ver com isso. O PMDB não compra votos”, garantiu o advogado do partido, Marconi Pimenteira. “O contrato, se porventura existiu, foi para realizar uma pesquisa qualitativa”, ressalvou. A coligação Goiás Rumo ao Futuro também divulgou nota refutando ligação com a suposta prática de compra de votos.

Em carta divulgada ontem, a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), por meio de sua diretora executiva, Marisa Camara Maluli, explica que nesse tipo de pesquisa qualitativa, conhecido como "Grupo Focal", oito a dez pessoas são reunidas em uma sala e provocadas a discutir um determinado tema e suas reações são gravadas e estudadas. O método é usado tanto com finalidade eleitoral quanto comercial. É comum, afirma ela, a distribuição de brindes nas pesquisas com comparecimento 'in loco', bem como o serviço de alimentos e bebidas aos entrevistados, durante os trabalhos, pois o mesmo requer a permanência dos entrevistados durante três horas (em média) numa sala de discussão.

Iris Rezende também negou firmemente a tese de que seu partido estaria realizando compra de votos em Anápolis. Disse que ficou sabendo do caso pela imprensa e acha impossível que o Instituto estivesse sendo tendencioso para ele. “Em pesquisa qualitativa não existe isso. Ou é pesquisa ou não é”, afirmou. Ele não deixou de alfinetar o PSDB, que corroborou a tese de que o caso de Anápolis seria mesmo de compra de votos. “O bom juiz por si se julga. Eles esbanjaram dinheiro nesta campanha, nós fizemos uma campanha humilde e respeitamos o público", retrucou.

Fonte: O Hoje

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